terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Filmes da minha infância Pt. 1

Acho que assim como todos aqueles que cresceram nos anos 90, época mágica que não volta mais, eu tive meu caráter formado pelos filmes da Sessão da Tarde e do Cinema em casa. Até hoje, algumas dessas pérolas cinematográficas têm lugar especial na minha estante (virtual) de filmes. Resolvi que vou falar um pouco sobre esses filmes em uma série de posts (Não tem como falar de todos de uma vez), não aqueles clássicos, premiados e reconhecidos, mas aqueles que resistem na memória infantil do que era o bom cinema. Hoje falo de três dos filmes que mais me marcaram, lembro muito bem da situação em que os assisti e de como me senti depois disso. Espero que gostem.

Deu a louca nos Monstros (The Monster Squad- 1987)

Sem dúvida um dos meus filmes favoritos da época em que eu colecionava os cartões do chocolate surpresa e fazia xixi na cama. A história é bem simples: Um grupo de pré adolescentes tem que derrotar alguns dos monstros mais famosos do cinema, como Drácula, Lobisomem, O monstro da Lagoa Negra, A múmia e Frankenstein, este último acaba se bandeando para o lado das crianças e fazendo amizade com uma garotinha. A princípio, o Monster Squad (que dá o título original ao filme) é uma sociedade de pequenos nerds que idolatram filmes de terror, o líder do clube é Sean Crenshaw cujo dever é, além de outras coisas menos importantes, manter sua irmãzinha Phoebe longe da casa na árvore onde ocorrem as reuniões. É no dia em que exibirão "O dia da Marmota" no Drive-in da cidade que a mãe de Sean o presenteia com um livro muito antigo, que ela encontrou em um sebo. Aparentemente é o diário do caçador de vampiros Van Helsing (inimigo mortal de Drácula), o fato de o livro estar todo escrito em alemão reforça sua legitimidade. Junto com os outros membros do grupo, Patrick e Horace (o gordo), Sean vai até a casa do "Alemão maluco" ( Scary German Guy), um vizinho excêntrico que assusta as crianças da vizinhança, para que ele possa traduzir algumas partes do livro. É aí que descobrimos a existência de um amuleto cuja magia impede, basicamente, que os montros perambulem por aí. Acontece que uma vez a cada cem anos, o amuleto, indestrutível durante todo o século, se torna vulnerável. As crianças então decidem que precisam proteger o amuleto, que perderá a força em alguns dias e usá-lo para abrir uma fenda que levará os monstros de volta para o Limbo, nisso começa a corrida contra o tempo e contra Drácula que quer desesperadamente tomar posse do amuleto. Essa é a trama principal do filme, é óbvio que tudo vai terminar bem, fica claro pra todo mundo. Mas na época em que eu ainda tomava vitamina de abacate na mamadeira era um tormento ver Horace acuado pelo Monstro da Lagoa Negra, o mesmo monstro que me deu pesadelos por meses, ou a transformação do Lobisomem, muito boa para os baixíssimos recursos do filme, além da frase marcante, que faz com que muita gente se lembre de Deu a louca nos monstros: "O lobisomem tem bolas!". Monster Squad, pra mim, chega ao mesmo patamar de Os Goonies, até hoje consigo assistí-lo e me divertir com uma história simples sobre crianças que gostam de filmes de terror, acho que a indentificação pessoal foi essencial para isso. Eu tinha o filme em VHS, gravado direto da TV, lembro de algumas situações em que assisti, como o dia da vitamina de abacate na mamadeira (eu não era tão bebê, devia ter uns 7 anos) quando estava doente, com febre, e minha mãe colocou o filme pra eu assistir (?) , também do dia em que estava assistindo junto com toda minha família, à noite, quando meu pai resolveu que seria saudável imitar os sons de algum monstro enquanto eu fui ao banheiro, no escuro e só.

A Bolha Assassina ( The Blob 'remake' - 1988)

É engraçado como esses filmes aparentemente sem importância artística me fizeram feliz quando era criança, sem a obrigação de parecer intelectual ou coisa parecida, eu me lembro exatamente o que fiz depois de assistir a The Blob no Cinema em Casa: Fui até a casa da minha melhor amiga contar tudo o que eu tinha visto no filme que explodira minha cabeça juvenil. Lembro que quando estava indo para a casa dela na rua de cima, o garoto gay da rua me chamou para brincar com ele e me segurou em suas brincadeiras sem graça por um tempo, desde aquela época sou ruim de falar não, será que ele não percebia que eu tinha algo mais importante pra fazer? Lembro até da roupa que eu estava usando, uma bermuda jeans com uma camiseta branca sem estampa. Foi um filme marcante, sem dúvidas.
Eis a história como contei para minha amiga no quintal da casa dela:
Um meteoro cai em uma pequena cidade tipicamente americana, onde os jovens desocupados jogam futebol e tudo é controlado pelo Xerife do local. Um mendigo que foi testemunha da queda do corpo celestial, vai xeretar onde não deve e descobre que uma gosma está saindo de dentro do meteoro, não contente em olhar, o mendigo resolve mexer na meleca espacial e acaba tendo sua mão devorada pela mesma. Ele é levado para o hospital onde começa a ser completamente devorado pela baba cósmica que fica maior a medida que se alimenta, aí já viu a merda que vai dar. A coisa piora com a chegada do governo americano que isola a área dizendo que todo mundo tá contaminado e fodido, mas não movem um dedo para se livrar da bolota melequenta. Isso se torna um trabalho para o rebelde sem causa da cidade, Brian Flagg e a mocinha virgem, frágil e totalmente interessada naquela rebeldia toda, deter o ser espacial enquanto este, para a alegria da garotada, faz seu show gore e espalha o horror. Confira o trailer e a gritaria, algumas das melhores cenas do filme estão nesse vídeo.
Ao final daquele dia, minha amiga e eu já haviamos reinventado totalmente o universo de A bolha assassina, de noite eu voltei pra casa feliz da vida, com a certeza de que tinha visto algo singular e especial.

A coisa (The stuff- 1985)

A coisa é aquele filme que todos achamos bom e ruim ao mesmo tempo. Eu o assisti numa daquelas tardes tediosos, quando o Cine Trash da Band ainda fazia minha felicidade e tudo era mais simples. Aqui, assim como em A bolha assassina, temos uma estranha substância gosmenta que aparentemente sente prazer em matar as pessoas. Dessa vez, a gosma branca é apresentada como uma sobremesa deliciosa cuja origem, desconhecida do grande público, é uma daquelas minas (de minério) que se encontra numa região gelada do globo. um ex-agente do FBI e agora espião particular é contratado pra tentar descobrir a receita do iogurte batizado de "A coisa" e definitivamente não gosta do que descobre. Ele junta forças com uma publicitária e um garoto cuja família foi destruída pela Coisa, que se revela como uma inteligência alienígena capaz de tomar a mente e o corpo daqueles que a ingerem. Essa é a história contada nesse filme B engraçado, despretensioso, que abusa de seus personagens absurdos e do humor negro e que mesmo assim tem um argumento relevante de onde podemos extrair alguma coisa de útil, ou não. No dia em que assisti a The Stuff pela primeira vez, estava em casa com minha prima e resolvemos comprar iogurte no mercadinho da esquina para celebrar o filme. Confira o trailer e o pôster dessa pérola, pôster que por si já vale a pena.





PS: As brincadeiras do garoto gay não têm nada a ver com o que provavelmente estão pensando

Um comentário:

Rafaela Bitencourt disse...

Esses filmes de terror dos anos 90 eu assisti poucos, porque minha mãe não me deixava ver! AHAAHUAHAH
Pq depois eu ficava com medo, só vi o Chuck depois de grande! E ri a lot! Adorei essa idéia Ma de relembrar esses filmes que nenhum de nós esquece! o/